Oss!
Constantemente escrevo textos sobre o Karate-Do e demonstro em vídeos aplicações aparentemente distintas do comumente visto dentro do Karate-Do Shotokan Ryu. Nem por isso esteja descaracterizando a arte, mas disso já falei bastante. O que venho trazer neste texto é mais uma reflexão a respeito do Karate-Do Shotokan Ryu o qual nos exigirá toda uma vida de estudo, dedicação e reflexões a respeito dele.
Por isso mesmo os temas jamais se esgotarão, pois é estudo pra toda uma vida e partindo daí, percebo a cada dia que passa que dentro dos movimentos tradicionais da arte há a necessidade de não ser óbvio e nem por isso sair do estilo.
Acredito que possamos sim estudar mais de um estilo ou arte marcial, mas acredito que juntamente a isso, a realidade de esgotarmos as possibilidades dentro de uma arte só como a exemplo do nosso Karate-Do Shotokan Ryu é quase que impossível! Eu pessoalmente vejo a cada dia que passarei a vida descobrindo as aplicações dentro dos seus 26 katas e ainda assim não dominarei com maestria tal arte marcial!
Com a oportunidade de estudar com um grande mestre de Karate-Do Shotokan Ryu e também a possibilidade de dialogar com vários profissionais e mestres na própria internet, não há como não perceber a grandeza desta arte, pois cada professor ou mestre de Karate-Do Shotokan Ryu que conheci nesses bate papos por aí, percebi muita diversidade dentro do Karate-Do tradicional.
Até mesmo os aparentemente mais tradicionais que parecem jamais sair da linha e metodologia tradicional conhecida da arte, mostram diversidades entre sí quando demosntram suas aulas, treinos e teorias. Daí não há como não perceber o que constato, ou seja, que há por completo a possibilidade de não ser óbvio dentro do tradicional.
A tendência é sempre de, se temos dois lutadores que praticam a mesma arte marcial e estilo, é que o mais forte tenha mais chances de vencer o mais fgraco fisicamente ainda que este possua a mesma técnica e conhecimento que o mais forte. Por isso mesmo caberá o estudo dos katas a fundo e a versatilidade do aparentemente mais fraco para vencer.
Embora em artes marciais e principalmente em Karate-Do não haja o mais fraco num Dojo, pois a arte nos proporciona uma força incrível independente do nosso biótipo físico, a estratéfia deve ser uma constante, pois como sempre disseram por aí: "A diferença é a alma do negócio!"
Se observarmos com calma as demonstrações ao longo das carreiras dos vários mestres de Karate-Do Shotokan Ryu da antiga JKA formados pelo Shihan Masatoshi Nakayama incluindo os mais famosos e que fundaram suas próprias associações e federações como até os menos citados, mas que rodaram o mundo dando aulas especiais como convidados, podemos claramente constatar que em alguns aspectos vai parecer que estamos vendo as vezes as mesmas técnicas demonstrações, mas em realidade veremos que cada um deles mostra e executa aplicações e detalhes diversos e intermináveis mostrando assim o quanto o meu mestre o Kyoshi Kung está correto em afirmar que esta arte marcial não se para nunca de estudar!
Contrariamente a arriscada filosofia de lutadores modernos que não se prendem a técnica alguma, formas, definidas ou mesmo daqueles que se formam em diversas artes marciais, eu acredito na tradicional escola Shotokan Ryu sem que necessariamente acredite que esta arte seja por ser uma arte tradicional e por isso mesmo ter movimentos pré estabelecidos, definidos e formados, uma arte marcial engessada e parada no tempo.
O efeito surpresa não depende apenas do estudo de diversos sistemas ou artes marciais, mas sim de uma boa e correta aplicação do que uma boa e completa arte marcial nos proporciona como o Karate-Do Shotokan Ryu. Vejo possibilidades de aplicações diversas saindo do óbvio nesta arte marcial, mas não do tradicional e essencial.
Como sempre disse aqui, há aqueles que tem extenso currículo ostentando várias faixas pretas e formações marciais, mas que não se aprofundaram num único estilo que estudaram. Há aqueles que realmente se aprofundaram numa arte marcial e até estudaram outras por fora, mas na prática, eles dominam a arte marcial central deles até onde compreenderam a mesma, mas por vezes dependendo da arte a qual se formaram primeiro e dominaram mais, não entenderam ou conheceram a fundo algumas aplicações daquela arte marcial e acabam se formando em outras na bsuca de técnicas que já existem em sua arte marcial, mas que eles não perceberam ou não aprenderam com seu mestre ou professor, seja por ter parado de estudar com o mesmo, ou porque seu professor também não aprendeu.
É como o kumiuchi(luta de solo no Karate-Do) que nem todos haviam aprendido e quando veio a divulgação dessas técnicas com o nome comercial de Karate Jutsu, aqueles que não tinham aprendido ou mesmo não haviam sabido da existência de tais técnicas, duvidavam que qualquer tipo de técnica no solo sendo apresentada ou ensinada dentro do Karate-Do fossem autênticas e originárias da própria arte crendo assim que era pura picaretagem.
Muitos acreditaram no início e alguns até hoje que quem demonstra isso o faz porque misturou com técnicas de Judo e Jiu Jitsu e diz que é Karate-Do! Eu mesmo como já disse outras vezes, já esbarrei com um rapaz que se dizia defensor do autêntico Karate-Do Shotokan tradicional de Gichin Funakoshi e que podia afirmar categoricamente que não havia técnica alguma de solo no Karate-Do.
Devo dizer a ele e aos que pensam como ele e que acreditam que tudo sabem desta arte marcial, que antigos mestres qualificados ou mesmo os atuais que muito sabem de Karate-Do e afirmam que a luta continua no solo como recentemente na festa anual japonesa no aterro do flamengo o veterano Shihan Sohaku Bastos afirmou isso, estão delirando? O Sensei Vinício Antony que tanto mostra de competência nesta área para esses que não acreditam nas técnicas de solo do Karate-Do acreditam que um homem daquele está mentindo?
Vamos refletir, colocar a viola no saco e assumir para nós mesmos que nada sabemos dessa arte marcial. A partir disso poderemos trabalhar dentro da arte com a maior tranquilidade possível, pois não haverá arrogância da nossa parte e haverá espírito aberto e humildade o suficiente para admitirmos estarmos equivocados a respeito dessa ou daquela técnica caso ocorra um erro ou uma impressão errada a respeito do Karate-Do, pois em Karate-Do como eu disse, o estudo é constante e no processo de estudo de tudo que se mostra profundo, há erros e acertos na caminhada, mas se não há arrogância, tudo corre bem e só crescemos.
Portanto vamos refletir sobre o Karate-Do e percebermos que podemos ter efeito surpresa dentro do tradicional e não sermos óbvios justamente por sua riqueza, mas com a consciência de que conhecemos pouco sobre ele.
A observação de outras artes, estilos e escolas nunca deve ser encarada como traição ou falta de interesse a respeito da nossa arte marcial, mas sim uma busca por entendimento maior do próprio Karate-Do Shotokan Ryu. Como sempre digo, eu poderia não levantar a bandeira dessa arte marcial, pois com o mesmo mestre que possuo, tive a oportunidade de estudar outro estilo de Karate e katas de outo estilo também, mas se assim o faço, ou seja, se defendo a bandeira do Karate-Do Shotokan Ryu é porque de fato nele tudo há tecnicamente e filosoficamente falando.
O Karate-Do Shotokan Ryu nos pede uma única coisa que anda em falta por aí na atualidade, quero dizer, paciência. Além disso ele pede humildade, pois diante dele só prospera aquele que deixa a vaidade e o ego do lado de fora do Dojo.
Por isso mesmo que ele é um ótimo caminho filosófico na vida daquele que não possui uma religião e um instrumento profundo e eficiente auxiliando qualquer caminho religioso.
Acredito que aqui mesmo no Brasil tenhamos inúmeros mestres, professores e profissionais de um modo geral veteranos de Karate-Do e de outros estilos de Karate que exemplificam isso que afirmo sobre a filosofia do Karate-Do. Mestres como o meu o Kyoshi Kung, o meu Sen-pai o Sensei Alessandro Costa, Shihan Mauro Gomes(Dragão), Sensei Paulo Cesar Macena como também mestres que tive a honra de conhecer pessoalmente e outros virtualmente como o querido amigo Shihan Gessé Cintra, Shihan Luiz Rodolfo De Aragão Ortiz do Shorin Ryu, Shihan Alain Ruta, Shihan Sohaku Bastos, Shihan José Luiz Pisca, Kancho Naoyuki Hirakawa, Shihan Takashi Shigeeda, Shihan hélio Arakaki, Shihan Silvio Penna do Goju Ryu etc. Assim como também os meus queridos amigos Sensei Flavio Rocha, Sensei Gilmar Tito, Sensei Roberto Santos, Sensei João, Sensei Maxssuel Carlos, Sensei Ricardo Aquino Amaro, Sensei Ivany, Sensei Kotarou Fuuma, Sensei Bruno Bighi e tantos outros que também exemplificam tal filosofia com tamanha humildade comigo e que muito me ensinam por isso.
Não devemos jamais negligenciar nenhum dos belos e profundos ensinamentos que o mestre Gichin Funakoshi nos deixou, pois realmente como ele disse: " Não se esqueça que o Karate-Do começa e termina com uma reverência."
Acredito que o Karate-Do bem compreendido filosoficamente e tecnicamente, trás um homem diferenciado em sociedade, pois os ensinamentos dessa arte marcial, são muito profundos.
Sensei Allan Franklin
Oss!
2 comentários:
Oss!!!
Perfeito o texto meu amigo Sensei Allan e mais uma vez volto a dizer.
-karate é como água quente, senão receber calor se esfria.
Como sempre tenho dito, que muitos entendem isso como que temos que estar sempre treinando. Mais eu veje mais a fundo, como que se faz necessário evoluir e aprimorar as técnicas que nos são ensinadas
Oss! Pois é você enxerga de maneira mais lúcida do que milhares!
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