Treinamento livre - 3 : Estudando livremente as técnicas dos katas.



     Oss!

     
      Hoje trago mais um dos  meus vídeos onde exercito a movimentação do Karate-Do Shotokan Ryu livremente para que a assimilação da arte aconteça. Acredito como já dito antes, que devemos treinar a rigor o programa da arte, ou seja, kata, kihon e Kumite, mas nada nos proíbe de buscarmos cada um de nós, uma forma de absorver mais a arte para que a mesma flua naturalmente.
      Fluir naturalmente! Talvez seja esse o ponto o qual devamos buscar que a própria família Gracie sempre declarou o mesmo quando o mestre Rickson Gracie dizia que ele usava em luta o que ele treinava, ou seja em outras palavras fez uma correta crítica a aqueles  que se enganavam treinando movimentos bonitos que não sabiam usar em luta.
      O mesmo Bruce Lee disse quando em certa entrevista disse ao entrevistador que ele Bruce, poderia fazer belos movimentos ali e que impressionaria a todos, mas se ele não fosse honesto com ele mesmo, nada daquilo serviria. Por isso que tanto creio que deve haver a busca da compreensão do que estamos estudando desde o primeiro dia de aula de Karate-Do.
      De fato se fizermos movimentos os quais temos que parar para pensar o que fazer em ação para usar em momentos de lutas que são momentos espontâneos onde tudo acontece diante de ações e reações e com isso não sermos naturais, aí sim realmente o sucesso não virá e a impressão que passaremos será justamente a passada nos tempos de glória da família Gracie  nos anos noventa quando ninguém que lutou com eles ou mesmo com qualquer representante do Ju Jutsu brasileiro, soube lidar com sua própria arte especializada em lutar em pé!
      Nenhum bom mestre negará a você a complexidade que existe para compreender verdadeiramente o Karate-Do e o quanto você vai quebrar a cabeça e muito mais cansar o corpo até que ele, quero dizer, o corpo, entenda o movimento e não sua mente. Para que então haja real aplicação da arte em ação, não há outro caminho se não a prática constante.
       O Karate-Do preza pelo Kime, ou seja a explosão nos golpes e como todos sabem, trás com ele a busca pela resolução da luta no primeiro golpe derrubando o adversário. Mas como falei antes, é sempre melhor estarmos treinados na argumentação técnica do Karate-Do que por sua vez é muito extensa, para que caso não sejamos efetivos no primeiro golpe, venhamos a golpear seguidamente o adversário e defender e bloquear os ataques do mesmo.
       É interessante os comentários que lemos ou mesmo ouvimos na divulgação de qualquer trabalho na internet. E isso não foge a tal regra no que diz respeito a divulgação do Karate-Do na internet. Com isso certo dia desta semana que passou, li um comentário a respeito do questionamento que fiz a respeito do porque alguns não percebem em alguns vídeos meus que o que executo é pura e simplesmente o Karate-Do Shotokan Ryu.
       O amigo me respondeu que provavelmente alguns estranham algumas das minhas movimentações em alguns vídeos e não em todos especificamente, porque executo técnicas seguidamente e isso faz com que se pareça mais com o Kung Fu ou estilos chineses em geral, ou mesmo com o Karate executado em Okinawa.
       Com sinceridade vi tal explicação não como uma crítica, mas sim como um elogio, pois ao meu ver é sinal de que aproximo o Karate-Do Shotokan Ryu de suas raízes! Após dar esta  sua opinião do porque talvez alguns estranham meus movimentos em alguns vídeos meus, ele questionou o porque uso o "Do" e o "Ryu" acompanhando o Karate Shotokan.
       Tal resposta fiquei de dar a ele, pois respondi de maneira geral sobre os argumentos dele, mas não dei uma explicação sobre o questionado. Aproveito a oportunidade agora para esclarece-lo caso esteja me acompanhando. Mas caso o amigo não me acompanhe mais ou mesmo teve acesso ao meu vídeo por acaso, a explicação que darei aqui já dei outras vezes pela internet e independente de qualquer coisa, servirá para ficar como esclarecimento a respeito do porque de tal adoção do "Do" e "Ryu".
        O "Do" acompanha a palavra Karate em função do Karate ensinado por Funakoshi ter sido o primeiro a ter adotado o 'Do" na introdução desta arte no Japão. O "Do" com sua conotação espiritualista vinda da cultura do Zen budismo se encaixava perfeitamente não só com os moldes dos modernos sistemas marciais do início do século XX no Japão  como o Judo, Kendo etc, como também fazia todo um sentido com a mudança também feita numa inflexão do kanji Karate com sentido de "Mãos chinesas" como era originalmente conhecido em Okinawa o Karate, para "Mãos vazias".
       A palavra "Ryu" utilizada ainda hoje nas muitas escolas de Karate de Okinawa e que sempre acompanhou no Japão feudal os muitos estilos de Ju Jutsu ou Kenjutsu do Japão, quer literalmente dizer "Estilo" ou "Escola". Então uma vez que independente do Shihan Gichin Funakoshi não ter criado especificamente nome algum para o Karate que ensinava inicialmente inclusive com seus conhecimentos de Shuri-Te do Shihan Azato e principalmente com os conhecimentos do seu segundo Shihan o mestre Anko Itosu, a palavra Shotokan foi introduzida na história do Karate-Do de Gichin Funakoshi pelos seus alunos  quando os mesmos colocaram uma placa na porta do seu Dojo.
       Dali em diante a palavra "Shotokan" que foi uma homenagem dos seus alunos ao Shihan Gichin Funakoshi que em Okinawa assinava seus poemas observando as ondas dos ventos batendo nos pinheiros como Shoto, era sempre associado ao Karate que era ensinado por ele. Por isso Shotokan era associado ao Karate-Do  que ele ensinava naquele Dojo.
        E então foi por isso que o Karate ensinado no Shotokan Dojo levou o Shotokan como associação ao estilo de Karate que ele ensinava. Nada mais natural então do que chamarmos de Shotokan Ryu e não esquecer o Do para acompanhar o Karate que faz todo sentido quando lemos "Caminho das mãos vazias"!
       Esta série de vídeos com o título Treinamento livre que vai do 1 ao 7, será postada aqui no blog do Programa Karate-Do desordenadamente, mas sempre acompanharão os vídeos, explicações sobre eles. Nesta série acentuo as explicações em execução da arte,  como por exemplo os detalhes do quadril e a importância dele na aplicação das técnicas de defesas quando o mesmo se abre, e quando ataca que é quando ele se fecha no caso de giaku-tsuki(guiaku zuki) ou mesmo em oi-tsuki(oi zuki).

Que este vídeo auxilie mais os amigos que acompanham o meu trabalho e blog do Programa Karate-Do.

Oss!

Sensei Allan Franklin.




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