A não esportização do Karate Do.

O Karate é mortal em situações reais de combate.
Técnicas como essa jamais serão usadas em competições
Muitos creem como essencial a participação do estudante de Karate-Do em campeonatos, sejam eles de Karate ou como alguns exageram e acreditam que a participação do Karateca deve chegar no MMA como Lyoto Machida por exemplo.

Penso que é mais necessário treinar dando uma ênfase maior para a realidade nos treinos em seus respectivos Dojo, tanto os estudantes assim como os profissionais, que ainda assim são também estudantes, uma vez que estudaremos nossa arte a vida toda, do que necessariamente ir para algum tipo de competição pois, o resultado de mentes e corpos condicionados para marcar pontos em campeonatos foi uma experiencia lamentável, o UFC1, com Royce Gracie jantando todos os praticantes de estilos em pé e não só o Karate-Do.

Não acredito que uma competição dê necessariamente a maturidade para o praticante de Karate em especial e até mesmo para o praticante de Kung Fu e explico o porque.Tanto o Kung Fu e seus diversos estilos quanto nosso Karate-Do e seus muitos estilos foram criados para situações reais e os seus respectivos mestres do passado condenavam a prática esportiva dessas artes não apoiando assim a esportização das mesmas.Por isso davam bastante atenção ao treinamento de Bunkai para que os alunos entendessem os Kata e os aplicassem se fosse necessario em situações reais.

Claro que é discordância desde tempos remotos, mas que eu saiba os melhores lutadores de Karate de Okinawa jamais lutaram por pontos e nem por isso deixavam de ter auto confiança ou de acreditar em suas técnicas.Acho sim que a fase de competir caso o estudante queira conhecer tal aspecto da arte ou seja, o esportivo, pode ser construtivo em alguns aspectos mas não acredito numa obrigatoriedade de tal etapa na vida do estudante de Karate-Do.
O lamentável UFC1 para quem viveu esta época assim como eu, foi um espetáculo dos horrores pois,não víamos nenhum sistema marcial que lutasse em pé funcionar, não só contra Royce Gracie e seu limitado Jiu Jitsu, digo limitado ao meu ver por só funcionar bem no chão, como também nada acontecia uns contra os outros, não permitindo assim que percebêssemos que os sistemas marciais diferiam entre sí e que cada um tinha sua funcionalidade.

O Karateca de competição, com técnicas limitadas as regras
dos campeonatos não está preparado pra uma situação real. 
Lamentavelmente não vimos nenhum representante do Karate que fosse digno para tal missão.Diante de todos os estilos de sistema em pé esportizados a família Gracie, segundo o próprio Rorion Gracie citou em seu documentário, onde escolheu os lutadores que lutariam com seu irmão Royce.

Eu os pergunto: tal questão também é um tanto incômoda né? Como você pode vender a idéia de que seu estilo é único e melhor que outros sendo capaz de desestruturar todos os sistemas em pé se baseando em lutadores sem uma visão mais maldosa e marcial. Royce Gracie era o mais qualificado no UFC1 para a proposta do evento uma vez que era o único, verdadeiramente com raça e que lutava pelo seu próprio estilo e honra pois, de resto, vinham de suas respectivas academias e carreiras e não de um Dojo sério onde não se haviam abandonado os aspectos marciais.

Possuímos na nossa arte em seus diversos Katas, uma diversidade de técnicas contra estilos de agarre, inclusive contra a famosa baiana deles (karate Dentrada na cintura) para derrubar o adversário.Temos técnicas que matam e projetam o adversário nessas situações de cinturada.Temos Ne Waza (técnicas de solo), projeções, torções e etc. Mas nada disso funcionou porque nada disso apareceu contra o Jiu Jitsu Gracie. Lembro-me claramente de Rickson Gracie dar uma entrevista dizendo que as artes em pé que tanto apareciam em filmes de ação só funcionavam lá, e que eles sim treinavam o que funcionava, treinavam o que verdadeiramente usavam em uma luta real, querendo assim dizer que fazemos movimentos em vão.

De fato ele estava certo se pensarmos quantos não sabem o que aprendem dentro do Karate-Do ou mesmo no Kung Fu em seus Katis. Enquanto não houver uma conscientização de que temos uma arte marcial poderosa nas mãos e pronta para todas as situações reais, com defesas e ataques contra todos os ataques de outros estilos existentes, veremos pessoas portando uma graduação como faixa marrom,preta shodan,nidan e etc, sem méritos reais pra isso. Isso não acontece no Jiu Jitsu e por isso acredito que devemos nos conscientizar cada vez mais do poder do Karate-Do como arte marcial, que é deixar os aspectos esportivos para as crianças que praticam nossa arte.

Uma criança não deve portar graduações altas enquanto colorida como roxa e marrom e muito menos não acredito em crianças faixa preta pois, para quem não sabe, quando o Karate-Do chegou ao Brasil, o praticante que portasse a faixa preta era automaticamente fichado na polícia por ser considerado uma arma humana, para que, caso houvesse alguma confusão na rua envolvendo o nome dele, fosse responsabilizado. Na mesma época, não era permitido acrianças a pratica do Karate.

Por tanto irmãos em Karate, venhamos a meditar um pouco sobre a questão da esportização do Karate, que pra muitos caiu em descrédito devido a má representação por parte de alguns praticantes, que facilmente tombavam no chão derrubados por uma cinturada de um praticante de Jiu Jitsu brasileiro assim como muitos por ai levaram a pior diante de um praticante de Muay Thai por não estarem acostumados com a brutalidade contida no famoso Boxe Tailandês.Acredito na teoria dos praticantes de Wing Chun Kung Fu que preferem dar uma enfase maior aos treinamentos em suas escolas de Kung Fu, chegando em seus treinos o mais perto possível da realidade sem necessariamente que seus praticantes se machuquem muito, do que treinar lutadores para serem apenas atletas.


Me perdoem aqueles que não concordam, mas acho que devemos refletir mais. Numa luta real, usaríamos hira ken, nakadaka ken, ippon ken, nukite, nihon nukite, shuto, seyriuto, empi de dentro pra fora, coisa que não vemos em MMA e etc. Mas está tudo baseado nos dias de hoje nas lutas pobres e secas com apenas socos, chutes e quedas com a continuidade de luta de solo. Particularmente nunca veremos uma comparação técnica e honesta na TV, pois a mesma a qual os Gracies fizeram o mundo acreditar que aconteceu na década de 90 nunca seria realmente possível acontecer na realidade, pois o Karate é mortal em situações de combate, e ninguém que já havia treinado assim naquele tempo quis participar ou se envolver em tal fiasco de competição, pois não seria possível utilizar de suas técnicas devido a brutalidade existente num combate real entre artes marciais que por sua vez sempre existiu secretamente na Ásia, nunca contando assim com o apoio da mídia obviamente.

Oss

Por: Allan Franklin Pinheiro.

3 comentários:

Kalil Rock Bentes disse...

Grande materia, OSS!

Rogério Santos Sensei disse...

Olá, meu irmão de arte! Saudações. Concordo em gênero, número é grau, é isso mesmo. Estudo, pesquiso e prático Karate desde adolescente, com finalidade de praticar o verdadeiro e real Karate miraculoso, pois foi assim conhecido. Minha escolha foi aprender Karate arte marcial é não ganhar troféu é medalhas de plásticos. Queria algo que me desse sentido à vida. Escolhi esse caminho. Oss!

Unknown disse...

O que fizeram do karatê é deprimente. Sacanagem total. Karatê não é porcaria de esporte nem baboseira de filosofia. Quem quiser filosofia que vá ler Kant, Schopenhauer, Aristoteles. Karatê é pra matar, acabar com o adversário ou coloca-lo fora de combate. É pra defender sua vida.
Sou faixa branca. Nunca tive oportunidade de treinar o verdadeiro e brutal karatê. Estou secretamente desenvolvendo uma série de movimentos para escapar de disparos de armas de fogo e quando eu terminar, quando eles estiverem prontos, vou me reunir com algum mestre para que possamos incorporar ao karatê. Seremos invenciveis. Isso é totalmente possivel.

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